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#AREBABA ESSE TREND TEM VIBE BOA


A algum tempo venho reparando uma pequena influência da cultura hindu no mundo fashionista. Não só pelos acessórios dourados, suas pedras cor de menta e muito ouro, mas também em suas estampas, cores vibrantes, sua mitologia nas roupas. Uma mistura de tradição com fashionismo. 

Você já deve ter visto em alguma mídia social, ou alguém usando. A cultura exótica e com uma mitologia rica aguça os fashionistas de plantão para logo aderirem às referencias do hinduísmo em algo mais ocidental.

Não sei quando começou, muito provável que o manifesto foi maior nos tempos de "Caminho das Índias", já que a novela teve grande influencia, e na mesma época o filme “Quem quer ser um milionário” ganhou o Oscar, despertando ainda mais curiosidade do mundo todo no pais do “Arebaba”. Mas nas passarelas a interferência começa pela própria estampa Paisley, antes conhecida como Cashmere. Ela surgiu na Índia, no século XVII, e era muito comum em xales e lenços na região. Quando chegou ao Brasil se tornou uma estampa que caracterizou os anos 70, por ter sido muito utilizada durante o movimento hippie. 

A estampa por ser bem minuciosa e na maioria das vezes pequena harmoniza com a maioria das outras estampas, como animal print, floral. Assim como também outros tecidos, couro, jeans. Para dias de sol, compor com shorts e bermudas traz uma leveza ao look, prefira então batas cpo, para o frio aposte na camisaria, coloque um moletom e puche a gola, da um ar sofisticado e estiloso. 



Em 2011, a marca Lisa Blue causou mostrando um maiô com uma estampa da deusa Lakshmi na passarela e gerou polêmica. O líder hindu Rajan Zed declarou para o jornal “North India Times” que “Lakshmi deveria ser adorada em templos ou altares em casa e não impulsionar a moda praia em desfiles pela ganância por dinheiro de uma marca de roupas”. A coisa foi tão grande que ativistas queimaram a bandeira Australiana (país da marca) repudiando com veemência a roupa e a ideia. A estilista da marca Lisa Burke sofreu ameaças e maldições! GENTE, MALDIÇÕES! 

Mas passado isso, a referência apareceu mais uma vez no outono/inverno de 2014 para a marca de Fause Haten, que fez seu desfile na movimentada e mais Paulista de todas avenidas; para ele ROUPA, significa exuberância. A coleção übercolorida foi inspirada no universo Hindu e nos mangás (da pra ver uma Sailormoon ali né?). Lúdica a coleção teve muito brilho e recortes formando rostos dos Deuses sagrados. 

Em seguida aqui no Brasil tivemos a TNG no Fashion Rio para a Primavera/Verao 2014 que se inspirou nos festivais hindus, são eles os Holi e Divali. O Holi – ou Festival das Coresficou famoso no mundo inteiro pelas imagens dos participantes cobertos de pós-coloridos. Já o segundo, Divali – Festa das Luzes – é comemorado pelos indianos entre os meses de outubro e novembro para celebrar a vitória do bem contra o mal. Neste dia, os indianos acendem lamparinas e enfeitam suas casas para a passagem de Lakshmi (aquela que deu o maior bafafa no maiô), a deusa da prosperidade.

Ainda em 2014 Dudu Bertholini e Rita Comparato fizeram uma coleção para Neon Inspirada nas Etnias, Brasil, China, Índia, Vietnã com os materiais das próprias culturas: Shantung de seda, palha de seda, cetim, crepe, linho com estampas exclusivas desenhadas por Andrés Sandoval inspiradas na Índia.


E depois de tudo isso tenho visto com mais frequência essa moda vibe boa,  em acessórios, t-shirts de Deuses e talismãs. O mais comum é o GANESHA. As estampas tem sempre essa pegada peace and love ou bem coloridas, misturadas a tie-day que foi febre no verão passado. Fica aquela ideia meio hippie, meio alternativa. Combina muito bem em camisa, calças e com muitos acessórios



#Ganesha 

É a representação de um deus do hinduísmo. Ele é o primeiro filho dos deuses Shiva e Parvati e é o mestre do intelecto e da sabedoria. É símbolo do uso de soluções lógicas para enfrentar os problemas: é o "Destruidor de Obstáculos". Além disso, ele também é chamado de "Deus da Boa Fortuna" e "dos bons inícios", pois se acredita que ele proporciona prosperidade e fortuna para seus devotos. Por toda a Índia de cultura hindu, o Senhor Ganesha é a primeira deidade colocada em qualquer nova casa ou templo - Quem não quer trazer sucesso para seu lar, né?




Tanto para homem quanto para mulher, a dica é: Como se trata de uma estampa muito viva e colorida, melhor optar pela segunda parte mais "básica", nada impede aplicaçõesacessórios ou comprimento. Só um cuidado para a estampa não ficar em segundo plano no look.  


#Hamsa 

Esse talismã é muito popular em todo o oriente médio. No islamismo ele é chamado de Mão de Fátima, a filha de Maomé (fundador da religião) e representa os cinco mandamentos fundamentais que todo muçulmano precisa cumprir. No judaísmo é usado como um amuleto de proteção e é chamado de Mão de Miriam, irmã de Moisés e de Arão. Já no budismo representa a dissipação do medo. Ah, e atualmente está sendo usado pelos defensores da paz no oriente médio como símbolo das raízes comuns do judaísmo e do islamismo, sendo uma representação da esperança de que os conflitos por lá acabem. O que todos concordam mesmo é que ele é um símbolo de proteção para quem o usa.








Pra terminar o post um provérbio hindu: 

“Que cada um desempenhe a sua parte em tudo que encontre para fazer, porém sem escravizar a alma.”



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O blog surgiu da ideia que moda é além de consumo, mas forma de expressão, de arte e singularidade . Lucas Carrega metido a fashionista que gosta de falar com propriedade e conteúdo.


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